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Feb 10 2020

Oscar 2020 e o que vale mais? A arte ou a técnica?

O Oscar é o prêmio mais importante e glamuroso do cinema americano que presenteia anualmente os profissionais da indústria cinematográfica em reconhecimento à excelência do trabalho e conquistas na arte da produção cinematográfica. Mas o que de fato é premiado? A arte ou a dificuldade técnica?

A reflexão proposta abaixo é do indicado a quinze Oscars e vencedor de dois, Randy Thom. O mais renomado Sound Designer da atualidade que em 2020 estará pela primeira vez no Brasil para celebrar os 10 anos de história do Artesãos do Som:

“A votação para a temporada de premiação dos filmes de 2019/20 terminou agora. Então, pensei em declarar minha maior irritação sobre o processo. Temos a tendência de conceder prêmios com base em quão difícil achamos que seria para nós criar o trabalho em questão, e não em quão difícil seria para uma pessoa altamente qualificada na arte ter feito um trabalho relevante. Em outras palavras: existem muitos pintores qualificados o suficiente para reproduzir com precisão o que veem. Essa é uma técnica pura de alto nível, mas não é tão rara quanto a maioria das pessoas pensa. O que é verdadeiramente raro é a técnica que produz uma imagem profundamente evocativa, que levanta questões interessantes, que nos obriga a absorvê-la repetidamente porque temos algo pelo menos um pouco diferente a cada vez que a experimentamos. Essa é a técnica que se torna arte e representa um nível de “dificuldade”, um entalhe superior ao que o artesanato de alto nível proporciona.

Acho que todos estamos familiarizados com a pintura acima (a primeira). O pintor possuía um alto nível de habilidade, mas foi levado a fazer algo inesperado. A pintura abaixo (a segunda) representa um alto nível de técnica, mas não é para você olhar mais de uma vez, a menos que seja alguém que você conhece. Quando ouço os eleitores do Oscar, por exemplo, dizendo coisas como “Uau, esse trabalho deve ter sido tão difícil, é definitivamente digno do Oscar”, eu estremeço. Tudo é difícil. Mas certamente não entregamos o Oscar como se fosse para salto ornamental nas Olimpíadas ou para corridas de 50 km. O Oscar deve ser para algo mais rico que resistência, mais inovador que mero virtuosismo técnico. Deveríamos dar prêmios à imaginação, em vez de proezas técnicas. Não estou sugerindo que a única arte real seja abstrata ou estranha, mas estou sugerindo que deve ser algo além de simplesmente difícil.”

Créditos: Randy Thom blog

OSCAR 2020 – Prêmios Sonoros

Melhor Mixagem: 1927

Melhor Edição de Som: Ford vs Ferrari

Melhor Trilha Musical: Coringa

Melhor Canção Original: (I’m Gonna) Love Me Again, de Rocketman

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