Feb
23
2015
Segunda parte da entrevista com os profissionais sonoros Fernando Henna e Daniel Turini. A construção do som em”Avanti Popolo” (Michael Wahrmann, 2012).
Guilherme Farkas: Sobre o “Avanti Popolo“, como vocês entraram no filme? Como o Michael Warhmann se aproximou de vocês? Ele tinha propostas de som na pré-produção?
Daniel Turini: Na verdade o Misha fez o filme como um curta-metragem já com o pensamento de que aquilo poderia dar uma material maior, tem alguns planos mais longos. Eu conhecia o Misha de antes, de festivais, de amigos em comum, mas a gente não teve contato nenhum com o filme até começarmos o trabalhar nele. Tudo isso que eu falei da pré-produção, mesmo de pensar como o técnico de som vai atuar, não teve. O que aconteceu foi que o técnico de som foi o finalizador de som do curta-metragem, ele que editou o som do curta.
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Feb
18
2015
Primeira parte da entrevista com os profissionais sonoros Fernando Henna e Daniel Turini. Formação, geração e ruídos: pensar o som de um filme.
Guilherme Farkas: Como vocês se aproximaram do universo do som no cinema?
Daniel Turini: Eu fiz cinema da USP (Curso Superior do Audiovisual, Escola de Comunicação e Artes, Universidade de São Paulo) e já dentro do curso fui me especializando em som e montagem, quando comecei a trabalhar foi já fazendo som e tenho trabalhado com som desde então. Faço outras coisas, tenho curtas-metragens que dirigi, faço roteiro, faço outras coisas, mas o dia-a-dia é trabalhar com som. É uma abordagem mais focada na narrativa, então a minha formação é de dramaturgia, de desenvolvimento dramático. Então não é tão disparate trabalhar com som ou com roteiro ou com outras áreas. Na verdade estou trabalhando com a evolução da dramaturgia no tempo. É claro que existem diversas áreas em cinema mas eu definiria um pouco como essa passagem do tempo em que o som é fundamental, ou a montagem ou a estrutura de um roteiro. Acho que minha especialidade é trabalhar isso, entender essa estrutura através do som ou de outras linguagens e trabalhar isso. E é um pouco complementar até um pouco com a formação do Fernando (Henna).
Fernando Henna: Que é o oposto disso! (risadas). Eu entrei no som para cinema meio por acaso. Eu trabalhava num estúdio de publicidade e uma das assistentes lá tinha trabalhado no estúdio da Miriam Biderman e ofereceram uma vaga para ela que ela acabou não aceitando e perguntou se eu queria, se eu sabia fazer. Eu falei sim para as duas coisas. Mas era mentira, eu não sabia fazer, só queria. Fui lá meio na cara de pau, no estúdio da Mirian, chamado Effects Films e ai chegando lá eles perguntaram se eu sabia fazer e eu disse que não mas que tinha um conhecimento um pouco melhor sobre o Pro Tools e algumas coisas técnicas mesmo, e eles tinham uma demanda para isso. Acabei entrando nessa vaga, uma vaga meio de entrada, para editar passos…
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