03 maneiras de potencializar o SOM de seus projetos audiovisuais
Arquitetando a vinda do sound designer Randy Thom pela primeira vez ao Brasil, vamos publicar a tradução de alguns conteúdos de seu blog oficial. Abaixo você confere 03 maneiras de potencializar o SOM de seus projetos audiovisuais.
“Existem centenas de maneiras pelas quais roteiristas, diretores, diretores de fotografia, designers de produção e editores podem moldar seus ofícios para que o desenho de som do projeto possa ser usado com mais força. Aqui estão 03 breves sugestões neste sentido:
01 – Se você realmente deseja que um lugar ou uma coisa seja um personagem da história, então deve dar a ele um monólogo ocasional. Você precisa providenciar para que ele “fale” sem ser mascarado pelo discurso de outros personagens. A voz humana e a voz musical precisam estar ausentes ou subordinadas por um momento ou uma sequência para que a paisagem, as máquinas, as criaturas ou o ar possam ser ouvidos e compreendidos. Fazer isso geralmente exige que uma cena seja fotografada de uma certa maneira. Exigirá colaboração real: cada etapa de produção e equipe de trabalho sendo realizada de forma integrada em relação a todas as outras equipes… um processo do qual o som geralmente é excluído. Um ótimo exemplo: A primeira vez que encontramos o T-Rex em Jurassic Park, basicamente nenhum diálogo humano e música é tocado durante longos trechos da sequência.
02 – Temas e Variações: uma análise da maioria das narrativa em desenvolvimento, incluindo roteiros, deve revelar possíveis temas sonoros que podem ser revisitados várias vezes durante o curso da história. As qualidades variáveis do som em cada interação podem refletir, reforçar e dar voz às mudanças no caráter e na narrativa como um todo. Essa análise deve ajudar a moldar o roteiro e a maneira como a história é filmada durante a produção. Grande exemplo: a mudança de som dos helicópteros em Apocalypse Now, às vezes realista e às vezes altamente estilizada, fala eloquentemente das mudanças de humor e perspectiva durante os dois primeiros terços do filme. Nota: o som radicalmente estilizado do helicóptero que ouvimos no início do filme não foi descrito no roteiro. Foi introduzido na pós-produção com a inclusão de imagens em câmera lenta que foram descobertas por acidente. Esse acidente foi muito útil e acidentes potencialmente úteis são inevitáveis, mas a ideia do som do helicóptero refletindo a loucura do capitão Willard no início do filme poderia ter sido escrita no roteiro.
03 – Ultra Close-Ups e Planos Ultra-Wide (grande angular): o plano médio geralmente é a maneira menos interessante de olhar para algo, porque duplica mais ou menos o ponto de vista que geralmente temos na vida cotidiana. Geralmente, ele tem muito pouco mistério e o mistério é o que nos atrai para a história. Extremos Close-Ups e planos Ultra-Wide penduram no ar pontos de interrogação visuais que o cérebro aciona os ouvidos para ajudar a compreender. Ótimo exemplo: O Corcel Negro, de Carroll Ballard, é uma masterclass de imagem e som que se alimentam mutuamente. O garoto soltando o cavalo na praia é uma cena memorável do cinema, por mais brilhante que seja o trabalho de som, o trabalho da câmera torna isso possível.”
Créditos: Randy Thom blog