O primeiro trabalho da edição de som no cinema após o recebimento do filme montado é em cima dos diálogos e dos demais sons captados ao longo das filmagens pelo técnico de som direto. A edição de diálogo/som direto é de extrema importância e é a base para as demais etapas de edição de som.
John Purcell, autor do livro de maior referência sobre o assunto “Dialogue Editing for Motion Pictures: A Guide to the Invisible Art“, vem propagando o conteúdo desse também através de vídeos tutoriais. Dividido em 6 partes, os vídeos são uma boa oportunidade de entender melhor as funções, as responsabilidades, os fluxos e a organização do trabalho com a edição de diálogo no cinema.
Em 2009 oPortal Tela Brasilpublicou umaentrevistacom o técnico de som direto brasileiroGeraldo Ribeiro. Os temas abordados foram o mercado audiovisual, sua experiência como profissional e professor de cinema, as práticas e os fluxos de trabalho com a captação de som direto, etc. Dividido em 11 partes, o material retrata a rica experiência do entrevistado e incorpora importantes reflexões sobre a produção sonora do cinema brasileiro.
Última parte da entrevista com José Luiz Sasso. Espero que tenham gostado. Pra mim, foram muitos os aprendizados!
Artesãos do Som: Se tem discutido muito sobre a falta de comunicação entre os próprios profissionais de som entre as etapas de um filme, principalmente entre equipe de som direto e pós-produção de som…
José Luiz Sasso: O que existe sim hoje em dia é exatamente isso. Com a democratização dos sistemas se perdeu a essência dos padrões a serem seguidos. Quando o mundo era mais analógico existia uma rotina de estúdio, de filmagem, de tudo. Tinha uma rotina que era rigorosa, era um dogma. Ninguém ficava questionando se era isso ou se era aquilo porquê aquilo estava comprovado e funcionava. Então, os montadores sabiam dos problemas que eram as trocas de rolo do projetor, os editores sabiam o que significava isso, o técnico de som direto sabia que tinha que gravar da melhor maneira possível para ter um som bonito e usava no máximo três microfones… quando algum usava quatro microfones é que o cara era “O cara” e tinha o melhor equipamento do mundo. Porque o Nagra era um canal e o resto fazia no mixer na hora. O cara era bom pra caramba. Era um técnico de som que sabia operar na mesa, ou um pré na mesinha… o cara fazia transições maravilhosas. Posso citar n filmes que eu mixei com sons direto primorosíssimos. Continue lendo
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