Com tristeza, recebemos a notícia da morte do técnico de somJuarez Dagoberto, aos 81 anos, no dia 23 de maio de 2013. Um grande guerreiro do som direto, uma grande perda para o cinema brasileiro. Juarez Dagobertofoi o responsável pelo som direto de filmes como Macunaíma (1969) e Os Inconfidentes (1972), ambos de Joaquim Pedro de Andrade, Eles Não Usam Black Tie (Leon Hirszman, 1981), trabalhou também com diretores comoNelson Pereira dos SantoseWener Herzog, dentre muito outros.
Para homenagear Juarez, um dos pioneiros do som direto no Brasil, acima está disponível um trecho da entrevista dele para o documentário Vulgo Som. E abaixo,Tide Borges(técnica de som direto e professora da FAAP) conta um pouco da sua história com essa grande lenda do som no cinema brasileiro. E também disponibiliza a entrevista que realizou com Juarez para sua dissertação de mestrado “A Introdução do Som Direto no Cinema Documentário Brasileiro na Década de 1960“.
Artesãos do Som* conversou com os supervisores de edição de som Alessandro Laroca e Eduardo Virmond sobre o trabalho sonoro no longa de animaçãoUma História de Amor e Fúria, deLuiz Bolognesi. Nessa entrevista,LarocaeVirmondfalam sobre o desafio de criar os sons de um filme que se passa em quatro épocas distintas, sobre as peculiaridades do trabalho de som para animação e sobre a metodologia de trabalho empregada no1927 Audio, estúdio onde os dois são sócios, e que é um dos mais importantes centros de pós-produção sonora do país.
Artesãos do Som: Como é que surgiu a proposta de trabalhar no filme?
Alessandro Laroca: Esse é um projeto bem antigo. Em que ano mesmo ele apareceu para gente, Eduardo?
Eduardo Virmond: Acho que ele surgiu logo depois doTropa de Elite 2, em 2010. A pré-estréia do Tropa coincidiu com a primeira reunião em Curitiba doUma História de Amor e Fúria. A gente encontrou com aHelena(Maura) que, a essa altura, já estava montando o filme. O filme é dividido em 4 períodos, 4 episódios. Nesse momento, os episódios 2 e 3 já estavam bem adiantados. O primeiro só tinha uns animatics e o quarto não existia ainda.
Após ter participado do seminário “O Som no Cinema Contemporâneo: conceitos e novas tecnologias”, naSemana ABC 2012, o diretor de som argentinoGuido Berenblumnos falou sobre a importância de pensar a sonoridade de um filme durante todo o processo da sua criação. No seminário, que aconteceu naCinemateca Brasileiraem São Paulo no dia 11 de maio de 2012,Berenblumdestacou partes do roteiro do filmeO Pântano(2001), escrito e dirigido pela cineastaLucrecia Martel, nos quais apareciam indicações sonoras concretas. SegundoBerenblum, o trabalho de um diretor de som perpassa pela concretização dessas indicações sonoras do roteiro, pela definição das escolhas técnicas e de um fluxo de trabalho com o som ao longo do processo criativo do filme. Conversas prévias à gravação do som podem, antes de tudo, definir um “modo de acercarse” uma opção estética para o filme que inclua os sons.
Em conjunção à conversa inicial, anexamos uma segunda parte da entrevista, realizada em Buenos Aires (julho de 2012), na qualBerenblumfalou sobre temas relacionados ao uso do som nas películas em que trabalhou como diretor de som, sobre o início da sua carreira profissional e sobre sua parceria com a cineastaLucrecia Martel.
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