A Direção de Som / The Sound Design
Parte II da entrevista com o diretor de som português Vasco Pimentel realizada pelo sonidista Guilherme Farkas.
No segundo semestre de 2018 o diretor de som português Vasco Pimentel passou uma temporada de 8 semanas no Brasil. Em julho foi um dos convidados internacionais da 17ª FLIP (Festa Literária Internacional de Paraty) e esteve presente na abertura oficial do evento onde debateu seu recente trabalho como diretor de som no longa-metragem de Gabriela Greeb, “Hilda Hilst pede contato”. Logo em seguida foi para São Paulo onde passou 4 semanas trabalhando na captação de som direto do novo longa-metragem de Eliane Caffé, co-dirigido com Beto Amaral e Carla Caffé (atualmente em pós-produção). Na ocasião, Guilherme Farkas trabalhou como seu microfonista e assistente. Entre uma folga e outra, Guilherme teve a oportunidade de realizar uma longa conversa com esse que é um dos mais prolíficos e não convencionais diretores de som do cinema mundial.
Vasco se consolidou trabalhando com som tanto na captação quanto na pós produção, algo bastante raro no cenário do mercado audiovisual contemporâneo. Faz questão de dizer que não faz planos, não tem metas. Começou como assistente de Jean-Paul Mugel, lendário diretor de som francês que fez filmes de Clair Denis, Agnes Varda entre outros. Vasco é fã confesso de Samuel Fuller, cineasta que inclusive teve a oportunidade de trabalhar junto em um de seus últimos longas-metragens. O diretor de som português tem em seu currículo mais de 140 longas-metragens e parcerias com cineastas como Miguel Gomes, Teresa Villaverde, Eugene Green, Manoel de Oliveira, Raúl Ruiz, João Cesar Monteiro, Werner Schroeter, Win Wenders, entre outros. Diz que cada vez mais tem encontrado cineastas interessados na utilização do som como ferramenta narrativa. É completamente apaixonado pela cultura e literatura brasileira.