Entrevista com o Sonidista Guido Berenblum
Após ter participado do seminário “O Som no Cinema Contemporâneo: conceitos e novas tecnologias”, na Semana ABC 2012, o diretor de som argentino Guido Berenblum nos falou sobre a importância de pensar a sonoridade de um filme durante todo o processo da sua criação. No seminário, que aconteceu na Cinemateca Brasileira em São Paulo no dia 11 de maio de 2012, Berenblum destacou partes do roteiro do filme O Pântano (2001), escrito e dirigido pela cineasta Lucrecia Martel, nos quais apareciam indicações sonoras concretas. Segundo Berenblum, o trabalho de um diretor de som perpassa pela concretização dessas indicações sonoras do roteiro, pela definição das escolhas técnicas e de um fluxo de trabalho com o som ao longo do processo criativo do filme. Conversas prévias à gravação do som podem, antes de tudo, definir um “modo de acercarse” uma opção estética para o filme que inclua os sons.
Técnico de som direto e editor de som cinematográfico, Guido Berenblum é diretor de som dos filmes A Mulher Sem Cabeça (2008) e A Menina Santa (2004) da cineasta Lucrecia Martel; Café dos Maestros (2008) de Miguel Kohan; Hamaca Paraguaya (2006) de Paz Encina; Los Guantes Magicos (2003) de Martin Rejtman; Garage Olimpo (1998) de Marco Bechis, entre outros. Ministra a oficina “Edição de Som em Formato 5.1”, na Escuela Internacional de Cine y Televisión de San Antonio de Los Baños (EICTV) desde 2010.
Em conjunção à conversa inicial, anexamos uma segunda parte da entrevista, realizada em Buenos Aires (julho de 2012), na qual Berenblum falou sobre temas relacionados ao uso do som nas películas em que trabalhou como diretor de som, sobre o início da sua carreira profissional e sobre sua parceria com a cineasta Lucrecia Martel.